Plantio direto avança no cerrado e o meio
ambiente é conservadoLuiz Adriano Maia
Cordeiro
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A Associação de
Plantio Direto no Cerrado (APDC) vem conquistando resultados
significativos em parceira com organismos internacionais de fomento
tecnológico. Entre elas os Field Tours sobre plantio direto, organizados
pela FAO (para engenheiros agrícolas do Caribe), pelo BIRD e FEBRAPDP
(comitiva do Banco Mundial), e pela Organização Não-Governamental WWF-USA
(World Wide Fund). Ainda permanecem ativos projetos com a TNC (The Nature
Conservancy), ABEAS (Associação Brasileira de Ensino Agrícola Superior) e
Embrapa.
Desde 1999, a APDC
executa também um projeto com a Embaixada Britânica, denominado "Small
Grants Scheme", que iniciou com a doação de três plantadeiras de plantio
direto de levante hidráulico, para demonstrações práticas e implantações
de unidades experimentais em pequenas propriedades, com trabalhos
realizados em Inhumas-GO, Unaí-MG, Uberlândia-MG, Núcleo Rural Rio
Preto-DF, e outras localidades. Desde o estabelecimento, em 2000, a
parceria entre a APDC e o FIDA (Fundo Internacional de Desenvolvimento
Agrícola da Organização das Nações Unidas – ONU) traz aos pequenos
produtores rurais do cerrado brasileiro mais informação sobre os
princípios e os benefícios do PD na agricultura familiar. Este projeto
está em processo de renovação.
A APDC é uma
entidade sem fins lucrativos, com sede anteriormente em Goiânia-GO e
atualmente em Brasília-DF. Sua área de atuação na região do Cerrado agora
se tornou extensivo ao Brasil Tropical. Desde sua fundação, em 1992, a
Associação trabalha voltada para a sustentabilidade da agricultura e do
meio ambiente. Seus objetivos enfocam todos aspectos da promoção de
Plantio Direto (PD), incluindo divulgação, intercâmbio entre agricultores,
eventos, treinamento e capacitação de produtores rurais e técnicos,
comunicação à sociedade dos benefícios ao meio ambiente e publicações
sobre a tecnologia do PD.
Projetos
A Associação
realiza diversos projetos, como o "Velho Chico", desenvolvido em conjunto
com o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e executado pelo Clube de PD de
Luis Eduardo Magalhães-BA. Foram treinados mais de 800 produtores e
implantadas estratégias de difusão tecnológica que expandiram a área sob
PD no Oeste da Bahia, atingindo seu objetivo de reduzir o assoreamento do
Rio São Francisco.
Recentemente, a
APDC vem agregando outras relações de parceria para que se viabilize a sua
atuação de maneira mais ampla e intensa no Brasil Tropical. É o caso do
Projeto "Óleo Puro" estabelecido, em conjunto, com a Fundação DOEN (Stichting
Doen), da Holanda, cujo objetivo principal é a produção agropecuária
sustentável na região tropical brasileira. Os objetivos específicos deste
projeto incluem a disseminação de práticas agronômicas na cultura da soja
que reduzam a contaminação do seu óleo com resíduos químicos, além de
outras, envolvendo a preservação de florestas tropicais (como a Amazônia)
através do cultivo de soja em PD para a recuperação de pastagens
degradadas, através da Integração Agricultura-Pecuária (IAP).
Também foi
aprovado, entre mais de mil projetos candidatos, o Projeto "Guardiões de
Nossa Água", que a APDC submeteu à Petrobrás Ambiental. Seus objetivos
incluem a conscientização da sociedade e de produtores rurais e
disseminação de práticas de conservação da água no meio rural. O projeto
prevê a capacitação de pequenos, médios e grandes produtores em manejo
sustentável da água (em propriedades e em bacias hidrográficas),
distribuição de equipamentos de PD a entidades colaboradoras, publicações
técnicas, palestras, treinamentos, distribuição de sementes para
revegetação de matas ciliares, entre outros.
Com isso, a APDC
vem colaborando com o melhor aproveitamento dos recursos solo e água na
região tropical úmida brasileira, mediante a disseminação e melhoramento
da prática da Agricultura Sustentável com Plantio Direto. Assim, busca-se
melhorar a imagem pública do agricultor e pecuarista modernos, os quais já
vêm desempenhando serviço conservacionista praticando o PD, a rotação de
culturas e a IAP. "Através desta otimização "limpa" de terras
agricultáveis tornou-se possível a produção de mais alimento sem
necessidade de expandir fronteiras agrícolas floresta adentro", acredita o
agrônomo Luiz Adriano Maia Cordeiro, colaborador técnico da APDC.
A APDC acredita
que a classe produtora precisa de maior reconhecimento da sociedade, e
isto envolve necessariamente estímulo financeiro e medidas de fomento que
valorizem aqueles que realizam agricultura sustentável com PD. "Caso
contrário teremos devastação e desmatamento crescentes, falta de água,
erosão, desertificação e fome", observa Luiz Maia.
1 Eng. Agrônomo,
D.S., Consultor, Editor Assistente do Jornal Direto no Cerrado e
Colaborador Técnico da APDC.
ambiental@finom.org.br
Projeto Grãos – Projeto Centro Sul de Feijão e
Milho
Produtores duplicam a produtividade e a renda
Nas Unidades Demonstrativas (UDs), os
resultados superam qualquer marca Estadual ou Nacional quando se trata de
média. Para se ter uma idéia, nos municípios envolvidos, a produtividade
de feijão, que é de 1.262 kg/ha no Paraná, alcançou a marca de 2.537 kg/ha
nas UDs, com alguns produtores superando os 3.000 kg/ha. No caso de milho,
as UDs alcançaram a média de 6.886 kg/ha, quando a média Estadual gira em
torno de 5.000 kg/ha. Em termos de renda, a Margem Bruta na cultura do
feijão girou em torno de R$ 1.492,00/ha.
Melhorar a rentabilidade da agricultura familiar, com base no sistema
Feijão/Milho, através do aumento da produtividade, da diminuição de perdas
e melhoria da eficiência do sistema, é o objetivo principal do Projeto.
Ao redor das Unidades Demonstrativas, são formados grupos de produtores,
chamados de grupos de resultados, ou seja, agricultores que moram na
comunidade acompanham de perto o trabalho desenvolvido, podendo comparar
com a sua forma tradicional de produção e aplicar os novos conhecimentos
adquiridos.
O público alvo do projeto, são pequenos e médios produtores, da região
Centro Sul do Paraná, com área até 50 ha, e que cultivam em média 5,0
ha/feijão/safra.
Os principais parceiros com envolvimento direto são a Syngenta e o Iapar.
Também apóiam colaboram com o trabalho a FEBRAPDP, a Embrapa, a SEAB/PR-12
meses e as Prefeituras Municipais.
Impactos:
-Melhoria da qualidade dos produtos comercializados pelos produtores;
-Melhor utilização da mão de obra da família;
-Aumento na área de Plantio Direto – de 25% para 55,2%;
-Manejo correto de agroquímicos – de 25% para 68,9% - significa proteção
ao meio ambiente e segurança para o produtor e para o consumidor,;
-Aumento da Margem Bruta (mais dinheiro no bolso do produtor) – Os
produtores passaram a investir mais na propriedade e no conforto da
família;
-Aspecto socializante, com fixação do homem a terra, especializando a
mão-de-obra;
-Atividade econômica ecologicamente sustentável e adequada à agricultura
familiar.
Marco Antonio Brandão Borges
Engº Agrº EMATER-PR
ESFORÇO REALIZADO – 2003 (Safra
2003/2004)
Método
Cultura
FeijãoMilho
TOTAL |
Reuniões
Práticas
Nº Participantes
59 1251
50 792
109 2043 |
Cursos
Profissionalizantes
Nº Participantes
07 182
02 44
09 226
|
Dias de
Campo
Nº Participantes
22 1291
13 597
35 1888
|
Excursões
Nº Participantes
43 1689
01 42
44 1731
|
Semana de
Campo
Nº Participantes
01 1679
- -
01 1679
|
Encontros
Nº Participantes
01 250
- -
01 250
|