3                                                 Boletim Informativo da Federação Brasileira de Plantio Direto na Palha

Plantio Direto - O Seguro do Produtor

     O Plantio Direto no Cerrado vem avançando a cada ano. Regiões onde produtores ainda tinham algumas resistências - por fatores diversos como dificuldade de cobertura, investimentos em implementos (plantadeiras) ou falta de informações técnicas e experiência - mudam sua opinião devido às vantagens do Plantio Direto em relação ao plantio convencional. Essas vantagens ficam mais aparentes em situações adversas de clima.
      Comparando os dois sistemas, em veranicos como o que ocorreu em algumas áreas isoladas na região de Rio Verde e Montividiu, o Plantio Direto alcançou índices de produtividade superiores, chegando a garantir produções até 40 % a mais que no plantio convencional.
      Exemplo semelhante ocorreu em minha propriedade, na safrinha de milho após soja. Esse ano a cultura ficou 46 dias sem chuva no período de pendoamento e mesmo assim atingiu uma produtividade média de 79 sacos por hectare, número impensável se não estivesse utilizando o sistema de plantio direto na palha.
      Antes que algum produtor pense que só o Plantio Direto, puro e simples, é capaz de garantir resultados como esse, vale lembrar que outros fatores foram fundamentais para se atingir essa produtividade:
      - Área limpa, sem competição de ervas;
      - Aplicação de gesso;
      - Utilização do sistema de facas no plantio;
      - E, principalmente, a experiência adquirida em 11 anos de plantio direto.
      Todos esses anos permitiram que a matéria orgânica do solo seja de 35 %, permitindo uma atividade biológica favorável ao bom desenvolvimento das culturas nessas áreas.
Com o crescimento dos custos de produção e a falta de garantias e apoio por parte do Governo, o plantio direto é a diferença entre o fracasso e o sucesso do produtor rural.
Flávio Faedo - Presidente da Associação dos Produtores de Grãos de Rio Verde - APG e Vice-Presidente da FEBRAPDP para o estado de Goiás.

Associação de Plantio Direto do Vale do Paranapanema (APDVP) cria Clubes Amigos da Terra
      A atual diretoria da Associação de Plantio Direto do Vale do Paranapanema (APDVP) está buscando, no segundo semestre  deste ano, criar Clubes Amigos da Terra nos municípios da região de Assis-SP. O trabalho teve início no município de Pedrinhas Paulista, que criou no começo de julho através de um grupo de produtores rurais, praticantes de plantio direto, o clube do município. As reuniões são mensais. 
Este  trabalho conta com o apoio da CATI - Regional de Assis, que durante o mês de Setembro, através das Casas da Agricultura, promoveu reuniões em Maracaí, Cândido Mota, Palmital e Assis, visando criar Cats nestes municípios. No mês de dezembro será realizada uma assembléia geral da APDVP para eleição de uma nova diretoria. Todos os novos associados estarão participando.
      Com esta iniciativa a Associação de Plantio Direto do Vale do Paranapanema pretende estender este trabalho a todos os municípios da região de Assis, buscando aproximar os interessados ou praticantes do Plantio Direto. Com isso será estimulada a troca de experiências e informações promovendo o debate e a interação dos membros destes clubes.
Trabalho de Pesquisa sobre
Adubação de Sistema

      Tendo em vista a grande dúvida de produtores e técnicos quanto à recomendação de adubação de manutenção para as culturas cultivadas na região de Campos Novos - SC, além dos problemas ocasionais no sistema radicular pela aplicação de adubos solúveis na linha de semeadura (ferimento nas raízes, morte de sementes, etc.) resolvemos iniciar um trabalho para investigar a possibilidade de utilizar a adubação em sistema de rotação de culturas.
      O objetivo principal é buscar o equilíbrio na nutrição das culturas, com redução de custos e aumento de produtividade. O trabalho foi elaborado por um grupo de discussão que envolve interessados em melhorar a eficiência do sistema de Plantio Direto (SPD) e será executado pelos engenheiros agrônomos e técnicos agrícolas das cooperativas (Copercampos e Coocam) e dos escritórios de planejamento (Bormani Projetos Agropecuários Ltda., Manfroi Projetos Agrícolas Ltda. e Danathos Planejamento Agrícola Ltda.) do município, nas propriedades de seus assistidos e/ou clientes, em lavoura comercial. Também haverá acompanhamento pela Epagri, que avaliará os resultados obtidos tanto nas lavouras como em experimentos conduzidos na Estação Experimental de Campos Novos. O trabalho consiste de dois sistemas de rotação de culturas em Sistema de Plantio Direto (dois e três anos) e dois sistemas de adubação (tradicional) e adubação de sistema). O primeiro consiste na aplicação de 300 (kg/ha de adubo fórmula indicado para cada cultura, e adubação nitrogenada em cobertura, quando for o caso.
      O segundo será definido pelos níveis de P e K no solo, havendo três situações: 1) Em níveis baixos de P e/ou K será aplicada adubação de correção com 100 Kg/ha de P2O e/ou K2O por hectare, mais a quantidade exportada pelos grãos; 2) Em níveis médios de P e/ou K, adubação de acordo com a exportação de nutrientes pelos grãos e; 3) Em níveis altos de P e/ou K, não aplicação destes nutrientes até que os teores diminuam para o nível médio, determinado através da avaliação periódica da fertilidade do solo. Na adubação do sistema, o P e o K são aplicados durante o ciclo das culturas de inverno, para as próximas duas ou três culturas de verão, dependendo da rotação de culturas utilizada. A quantidade de nitrogênio aplicado depende da cultura comercial e da cultura de cobertura cultivada anteriormente a esta.
      Os adubos verdes e cereais de inverno que serão utilizados são s ervilhaca, o nabo forrageiro, o trigo,  a aveia e o centeio. As culturas de verão são o milho, o feijão e a soja.
As amostras de solo para esta safra já foram coletadas, nas profundidades de 0-10 cm e 10-20 cm e em breve iniciaremos a coleta da massa seca do adubo verde de i
nverno nas áreas programadas para o trabalho de pesquisa. A área mínima para implantação do trabalho é de 5,0 ha, mas nada impede ao produtor adotar este sistema ma maior parte do talhão, desde que conduza uma área superior a 1 ha no sistema de adubação tradicional, para que sejam feitas as comparações. O projeto de pesquisa tem previsão de condução para complementar, no mínimo, dois ciclos de rotação de culturas.

* Engº Agrº Sérgio Mânica

Vice-Presidente da FEBRAPDP para Santa Catarina


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