Opinião         Na virada do século, quando grandes questões tecnológicas pareciam estar resolvidas, eis que surge a  crise de energia, afetando praticamente toda a economia do País, fato que todos nós sabíamos que poderia ser prevenido. Não gostaríamos que algo semelhante acontecesse com a agricultura, que neste último ano agrícola obteve uma safra recorde, colocando o Brasil numa situação bastante cômoda no que diz respeito a produção de grãos. Apesar da falta de uma política agrícola adequada, o Sistema de Plantio Direto na Palha e o alto grau de criatividade dos nossos técnicos e produtores, vem mantendo a agricultura brasileira com qualidade e sustentabilidade. Porém, nossos governantes e a sociedade não compreendem que a agricultura, com base no plantio direto, tem gerado melhorias e soluções, dando conta, por exemplo, de grandes problemas ambientais, como a qualidade da água e do ar. No caso da água, pela geração de energia, qualidade e pelas suas reservas. O ar, pela redução na utilização  de combustíveis e principalmente, pelo seqüestro de carbono, o qual tem a capacidade de diminuir o efeito estufa. O governo, com sua omissão e/ou descaso, com técnicas como a do plantio direto, acaba enfrentando problemas que poderiam ser evitados, se tivesse a visão da realidade, do que está ocorrendo no campo, não ficando cego, como na questão da energia (problema que poderia ser evitado), e então o fantástico potencial que é o plantio direto não seria desperdiçado.        Herbert Bartz        Diretor-presidente da FEBRAPDP

Manoel Henrique recebe prêmio na Espanha      O vice-presidente da FEBRAPDP, Manoel Henrique Pereira, o Nonô - que também é presidente da Confederação das Associações Americanas para uma Produção Agropecuária Sustentável - recebeu em abril, na Espanha, o 1º Prêmio Abulac de Agricultura Conservacionista. A premiação ocorreu durante  a Feira Nacional de Máquinas Agrícolas de Lerma, naquele país. A Associação Burgalesa de Laboreo de Conservación (Abulac), responsável pela homenagem, é a mais antiga e prestigiada entidade conservacionista espanhola.      Este prêmio serve de reconhecimento aos esforços de Nonô no apoio e divulgação da agricultura conservacionista. A Abulac também lembra que ele é  pioneiro no sistema de plantio direto.      A escolha foi feita por um júri formado por representantes  do setor agrário burgales, composto por agricultores,técnicos e jornalistas de Castilla y Leon. Concorreram com Nonô, Jose Ricardo Lópes Laguna, agricultor cordobés e Alejandro Tapia, presidente da Associação Burgalesa e um dos pioneiros no uso do sistema de plantio direto na Espanha. Os diretores da FEBRAPDP disseram que "se sentem orgulhosos pelo Nonô estar sendo distinguido com esta importantes homenagem". Mas o fato também serviu para lembrar que as autoridades brasileiras, em geral, não se sensibilizem e não dêem o devido valor e reconhecimento para  uma pessoa que vem dedicando-se há 25 anos, ao trabalho e divulgação do sistema de plantio direto." Talvez por desconhecerem este sistema e seus benefícios", consideram os diretores.