4 Boletim Informativo da Federação Brasileira de Plantio Direto na Palha |
Foi nesse período que, em
decorrência de observações empíricas, divulgadas por Martin (1985), no
III Encontro Nacional de Plantio Direto, realizado em Ponta Grossa, PR,
em 1985, teve início a disseminação do conceito de que o sistema plantio
direto prescindia de terraceamento e de semeadura em contorno como
práticas suplementares para o controle de erosão. Como conseqüência, no
estado, desfez-se indiscriminadamente o terraceamento em lavouras
conduzidas sob sistema plantio direto e adotou-se a semeadura paralela
ao maior comprimento da gleba, independentemente do sentido da pendente.
Em
1997, percebendo que a densidade de terraços tradicionalmente praticada
no preparo convencional tornara-se excessiva no sistema plantio direto e
preocupada com a evidente erosão de solutos instalada no sistema plantio
direto, decorrente da deposição sistemática de insumos agrícolas na
superfície do solo e do abandono generalizado de técnicas redutoras de
riscos de contaminação de mananciais de superfície, a parceria Embrapa
Trigo, Emater-RS e Sementes Falcão validou uma estrutura de terraços em
nível, com espaçamentos vertical e horizontal sensivelmente maiores que
os normalmente praticados. Para o dimensionamento desse tipo de
terraceamento, aplica-se o software “Terraços for Windows”, elaborado
por Pruski et al. (1996), que representa versão informatizada de modelos
matemáticos ajustados para esse fim. O terraceamento projetado por esse
software, caracteriza-se por reduzida densidade de terraços, que
repercute em maior racionalidade operacional da lavoura, demonstrando
que o terraceamento e a semeadura em contorno constituem práticas
conservacionistas complementares, harmonicamente integradas ao complexo
de processos tecnológicos que compõe o sistema plantio direto. Referências bibliográficas DENARDIN, J.E. Enfoque sistêmico em sistema plantio direto - fundamentos e implicações do plantio direto nos sistemas de produção agropecuária. In: I REUNIÃO SUL-BRASILEIRA DE CIÊNCIA DO SOLO, 1996, Lages, SC. Plantio Direto: Conceitos, Fundamentos e Práticas Culturais. Lages, SC: Núcleo Regional Sul da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 1997. p.11-18. DENARDIN, J.E., KOCHHANN, R.A., BERTON, A.L., TROMBETTA, A., FALCÃO, H. Terraceamento em plantio direto. Passo Fundo, RS: CENTRO NACIONAL DE PESQUISA DE TRIGO. 1998. (Comunicado Técnico). MARTIN, E. O plantio direto no estado do Rio Grande do Sul. In: ENCONTRO NACIONAL DE PLANTIO DIRETO, 3., 1985, Ponta Grossa. Anais... Ponta Grossa: Batavo/Fundação ABC. p.15-16. PRUSKI, F.F.; SILVA, J.M.A. da; CALIJURI, M.L.; BHERING, E.M. Terraço for windows, versão 1.0. Viçosa: UFV - Departamento de Engenharia Agrícola, 1996. (1 disquete + manual do usuário). WÜNSCHE, W.A., DENARDIN, J.E., MIELNICZUK, J., SCOPEL, I., SCHNEIDER, P., CASSOL, E.A. Projeto integrado de uso e conservação do solo - um esforço conjunto para a conservação do solo no rio grande do sul. Trigo e Soja, Porto Alegre, RS, v.51, n.-, p.20-25, 1980. |
|