Muitos são os desafios que a agricultura vem enfrentando ao longo dos anos.
Novas tecnologias vêm sendo colocadas à disposição dos usuários, porém,
muito pouco valor é dado aos protagonistas que lutam para que essas técnicas
sejam passíveis de uso.
Assim é que no Brasil muitas vezes os geradores das
tecnologias que resultam principalmente no aumento de produção e
movimentação do agronegócio, mal são citados pelos nossos governantes,
deixando, na maioria das vezes, os louros por conta de uma ação meramente
política. Isto em um País onde o agronegócio é um dos principais fatores de
arrecadação e agregação de rendas.
Outro grande exemplo é o caso do plantio direto,
sistema que, em pouco mais de 30 anos superou a casa dos 20 milhões de
hectares em todo o Brasil. Isto graças ao trabalho desenvolvido pela
pesquisa e assistência técnica, juntamente com abnegados agricultores, que
mesmo sem os incentivos necessários souberam superar as dificuldades,
fazendo com que o SPD tivesse uma conotação não só técnica (controle da
erosão, recuperação de solos degradados, possibilidade de utilização de
solos de baixa aptidão, aumento da produtividade, melhoria da qualidade
ambiental), mas também social, que em função dos seus amplos benefícios faz
com que grandes, médios e principalmente pequenos produtores, permaneçam
trabalhando na terra.
E a nossa pesquisa como
anda? Será que nossos mandatários não percebem o que vem acontecendo? Todos
nós sabemos das dificuldades pelas quais as instituições de pesquisa vêm
passando, com a falta de recursos financeiros e de pessoal. Apesar disto,
bons resultados têm sido apresentados, porém, os pesquisadores são duramente
cobrados quando não têm solução para alguns problemas.
Assim, pensamos que os
nossos governantes, políticos e aqueles que têm poder de decisão devem
passar a olhar os técnicos e produtores com maior carinho, compensando e
valorizando aqueles que fazem hoje da Agricultura Brasileira uma referência
internacional.
Engº agrº Bady Cury
Assessor Técnico da FEBRAPDP