5                                                     Boletim Informativo da Federação Brasileira de Plantio Direto na Palha

  Projeto amplia produtividade de milho
e feijão entre agricultores familiares

Semana de campo apresenta em Ponta Grossa-PR, 
resultados do programa que dissemina tecnologia no campo.

      De 9 a 12 de dezembro foi realizado em Ponta Grossa (PR) a 5ª Semana de Campo do Projeto Grãos-Centro Sul de Feijão e Milho, que é desenvolvido em conjunto pelo governo do Estado, através da Emater-Paraná, e a multinacional Syngenta. Durante quatro dias foram apresentadas palestras e práticas de campo para aproximadamente 2 mil agricultores familiares de 41 municípios. O público foi formado por participantes do projeto.
     O evento aconteceu na Fazenda Escola da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e contou com o apoio da FEBRAPDP, Secretaria de Estado da agricultura e do Abastecimento (SEAB), Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR e UEPG. Estiveram presentes, entre outras autoridades, o secretário de Estado da Agricultura, vice-governador Orlando Pessuti), e o presidente da Emater-Paraná, Sabino Brasil Nunes de Campos.
     A semana de campo faz parte da programação do projeto, que inicia nesta safra o quinto ano de desenvolvimento com resultados expressivos, segundo dados divulgados pelos realizadores. Pequenos produtores de feijão e milho de 41 municípios da região Centro-Sul do Paraná, envolvidos no projeto, têm conseguido aumentar significativamente a  produtividade de grãos através  da adoção correta de tecnologia. os resultados obtidos, em muitos casos ampliaram em 50 % a produtividade. Alguns agricultores conseguem números próximos ou igual ao de grandes produtores.
     O projeto Milho e feijão teve início, como processo de produção, na safra 1999/2000, mas na verdade a parceria da Emater e Syngenta, para difusão de tecnologia, já ocorre desde 1988, conforme explica o extensionista regional da Emater, de Ponta Grossa, Marco Antonio Brandão Borges, coordenador do projeto. Naquele ano foram montadas unidades demonstrativas em Telêmaco Borba.  

     Expansão

     Atualmente o projeto abrange as regiões de Irati, Lapa, Ponta Grossa, Santo Antonio da Plantina, União da Vitória, Curitiba, Ivaiporã e Guarapuava, totalizando 41 municípios envolvidos. Em cada um deles são instaladas unidades de milho e  feijão. Ao todo, são atualmente 61 unidades de feijão e 45 de milho.
     Nas unidades são aplicadas tecnologias necessárias para a obtenção de boas produtividades. Os locais também são utilizados para treinamentos de produtores. Entre as técnicas disseminadas se destacam uso de sementes de qualidade, plantio em época correta, adubação adequada, feita de acordo com análise de solos e tratamento fitossanitário, entre outros.
     Mas merece destaque a adoção de plantio direto na palha,que hoje é norma para todas as unidades demonstrativas. A maior parte dos agricultores envolvidos também passou a adotar a prática conservacionista por perceber que os resultados eram positivos No marco zero do projeto, há cinco anos, 22% dos agricultores usavam o plantio direto, na safra 2002/2003 já eram 52%.
Os técnicos da Emater, que também são treinados para o projeto, acompanham os resultados junto com a equipe da Syngenta, que é coordenada pelo agrônomo Antonio Marques de Souza Neto, gerente de mercado da empresa.
     Ao redor das unidades demonstrativas (de um hectare cada uma) são formados os chamados "grupos de discussão resultados", ou seja, agricultores que moram na comunidade e acompanham de perto o o desempenho conquistado. Durante este tempo em que o trabalho vem sendo desenvolvido, eles podem ver o que é feito, comparar com sua formas tradicional de produção e aplicar as metodologias adequadas em suas áreas. O resultado disso é que entre 1999, marco zero do projeto, e 2003 houve um avanço significativo no processo produtivo dos grupos.

     Alta produtividade

     A produtividade média de feijão conseguida por agricultores que fazem parte dos grupos de resultado, em 20/2003, chegou a 1.807 Kg/ha. Nas unidades demosntrativas foram colhidos, em média 2,4 a 2,5 mil quilos, sendo que em alguns casos as áreas atingiram entre 3 mil a 3,5 mil quilos de feijão. " Produtividade de grande produtor das cooperativas", comemora Marco Antonio é verdade que o clima do período foi excelente para a agricultura, mas para efeito de comparação, os némeros médios do Paraná são de 1,2 Kg/ha, de acordo com o departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (SEAB).
     Nas lavouras de milho os números acompanham. As unidades demonstrativas produziram 7,5 mil Kg  de média, com algumas chegando a 9 mil. Entre os produtores participantes dos grupos de resultados a produtividade foi de 7 mil quilos por hectare. Grandes produtores, que adotam tecnologia de ponta, colhem até 12 mil quilos  atualmente, mas a média do Paraná é de 5,2 mil quilos e do Brasil 3,6 mil. Por isso os números conquistados são expressivos segundo análise de Marco Antônio e Antônio Marques.

RENTABILIDADE CRESCE ENTRE PARTICIPANTES

     O objetivo do Projeto, segundo o Plano de Ação Básico, é melhorar a rentabilidade da agricultura familiar com base no sistema milho e feijão. Isto é possível, segundo os responsáveis, através do aumento da produtividade, diminuição de perdas e melhoria da eficiência do sistema. Para isso é necessário que os agricultores envolvidos passem a adotar tecnologias adequadas de produção. 
Através da geração de poupança e renda, o projeto pretende, na seqüência, introduzir outras atividades agrícolas nas propriedades, promovendo uma diversificação rural. A idéia é optar por atividades que apresentam menor risco e que se desenvolvam de forma sustentável. De qualquer forma os agricultores serão incentivados a manter o trabalho com milho e feijão. Na safra 2002/2003 os produtores que participaram das unidades demonstrativas de milho e feijão conseguiram uma média bruta de R$1.275,00 por hectare. Alguns, com maior produtividade, chegaram a R$3.249,00. "É verdade que nesta safra, devido à  boa produtividade e o preço em alta, todo mundo ganhou dinheiro com feijão, mas antes o lucro médio era de R$200,00 a R$400,00 para estes mesmos agricultores", constata o extensionista regional da Emater, de Ponta Grossa, Marco Antonio Brandão Borges, coordenador do projeto.

Semana reuniu mais de 2 mil agricultores

     Durante quatro dias os técnicos apresentaram aos agricultores a importância da adoção de tecnologia adequada.
     A Semana de Campo do "Projeto Grãos" reuniu mais de 2 mil agricultores nos quatro dias do evento, com uma média de 500 por dia. A programação foi a mesma em todos os dias. Os organizadores realizam palestras e estações de campo para demonstração das práticas.
    Os assuntos tratados foram adoção do plantio direto (plantas de cobertura); cultivares de feijão e controle de ervas daninhas; híbridos de milho e controle de ervas daninhas e pragas; controle de pragas e doenças do feijoeiro; tecnologia de aplicação e máquinas de plantio direto e segurança, meio ambiente e agregação de renda.


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