7                                                    Boletim Informativo da Federação Brasileira de Plantio Direto na Palha

 Documento sugere ações a serem
adotadas em nível mundial

     O II Congresso Mundial sobre Agricultura Conservacionista atingiu as expectativas de que seria um fórum de discussão e troca de experiências, agregando aos conhecimentos e informações obtidas em nível mundial. Oportunizou também a atuação em sintonia com o meio-ambiente, preservando os recursos naturais do planeta.
     Ao final foi redigida uma declaração do Congresso. Veja como ficou o documento:

 DECLARAÇÃO DO II CONGRESSO MUNDIAL SOBRE AGRICULTURA CONSERVACIONISTA

“Produzindo em Harmonia com a Natureza”  

Foz do Iguaçu, Estado do Paraná, Brasil
11 a 15 de agosto de 2003

       Este Congresso endossa a Declaração do Primeiro Congresso Mundial de Agricultura Conservacionista (AC) de Madri (2001) e destaca os excepcionais avanços feitos nos dois anos que o sucederam, seja na expansão de sistemas agrícolas conservacionistas (atualmente totalizando 72 milhões de hectares de  culturas anuais no mundo, um adicional de 7 milhões desde 2001 e uma área similar de culturas perenes/agro-silvicultura), seja no que concerne à evolução tecnológica da AC e sua implementação em muitos novos sistemas de plantio nos 50 países representados no II CMAC. Os participantes deste congresso acreditam firmemente que a AC, que congrega os princípios universais de cobertura permanente do solo, o plantio ou semeadura direta, o revolvimento mínimo do solo e a rotação de culturas plurianuais, é a via principal para uma agricultura sustentável capaz de auxiliar na redução da fome e dos problemas ambientais, ao mesmo tempo em que melhora a qualidade de vida.
     A AC resulta em segurança alimentar, através da reversão da degradação do solo, da redução no uso de agro-químicos e da contaminação ambiental. Também  melhora a qualidade dos alimentos, a conservação, a preservação e a qualidade dos recursos naturais e da biodiversidade, ao mesmo tempo em que promove a melhoria da renda e da competitividade do agricultor, além de contribuir para o seqüestrar carbono da atmosfera. Mais ainda, a AC pode indistintamente ser aplicada a todas as propriedades, sejam elas pequenas, médias ou grandes e em todas as culturas. Desta forma, este Congresso conclama os governantes, políticos, legisladores, ONGs, setor privado e consumidores de produtos agrícolas do mundo a apoiar  ativamente o desenvolvimento e a adoção mais ampla da AC.

       Para conseguir este objetivo, são recomendadas as seguintes ações:    

  • Criar, na sociedade em geral, as condições necessárias para a mudança de paradigmas com vistas à adoção dos princípios da AC por agricultores líderes, técnicos, educadores e legisladores (educação, treinamento, demonstrações, redução de riscos, reportagens na mídia).
  • Aplicar, de forma intensiva, os princípios universais da AC, descritos acima.
  • Apoiar todas as iniciativas para o desenvolvimento e a transferência de tecnologias da AC, com ênfase àquelas lideradas por agricultores.
  • Promover ações pró-ativas e em sinergia para superar as barreiras à AC.
  • Desenvolver programas para o financiamento de pesquisas liderados por agricultores no âmbito das propriedades, e programas de suporte à pesquisa aplicada para maximizar a sustentabilidade da agricultura e a lucratividade dos agricultores de AC.
  • Promover a conscientização da sociedade sobre os benefícios substanciais da AC e buscar meios para financiar estudos de avaliações dos impactos ambientais e sócio-econômicos da AC.
  • Incluir nas ações de apoio à AC recursos destinados a dinamizar iniciativas nacionais e internacionais, especialmente aquelas em países em desenvolvimento.
  • Implantar processos com vistas a viabilizar para os agricultores a remuneração pelos serviços ambientais que incluem o seqüestro do carbono, redução da erosão do solo, da poluição hídrica e preservação da biodiversidade.
  • Implementar ações de apoio à AC como estratégia concorrente para a implementação das convenções internacionais, tais como Agenda 21, Convenção para a Diversidade Biológica (CBD), Convenção Estruturante sobre Mudanças Climáticas (FCCC) - incluindo o protocolo de Kioto, Convenção para o Combate a Desertificação (CCD), especialmente como maneira de mitigar o aquecimento global, o desflorestamento e a falta de mão de obra induzida pelo HIV-AIDS.
  • Apoiar as organizações de agricultores para que influenciem as políticas públicas de incentivo à AC.
  • Desenvolver e implantar indicadores mundiais para a diferenciação mercadológica dos produtos ambientalmente corretos produzidos pela AC.
  • Intensificar o intercâmbio mundial de informações sobre as tecnologias da AC.
  • Desenvolver mecanismos de suporte aos sistemas de integração lavoura pecuária, dentro dos princípios da AC, de forma a minimizar o conflito de demandas sobre os resíduos das culturas.
  • Contribuir para o estabelecimento de um Comitê de Coordenação Internacional para AC, o qual interconectará esforços nacionais e regionais, por meio de uma plataforma baseada na internet para facilitar a troca de informações sobre AC, com vistas ao desenvolvimento de estudos, projetos de capacitação técnica internacional, publicações e congressos/seminários, dentre outras ações necessárias à difusão de sistemas de agricultura conservacionista

Maiores informações poderão ser  obtidas no site: www.febrapdp.org.br


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