2                                                     Boletim Informativo da Federação Brasileira de Plantio Direto na Palha

EXPEDIENTE

Boletim Informativo da Federação Brasileira de Plantio Direto na Palha (FEBRAPDP). Instituída em 20/02/1992 Entidade de Utilidade Pública Federal (Proc.MJ 15630/97-32) DOU 116-22/06/98

Associada a Confederación de Asociaciones Americanas para la Producción Agropecuária Sustentable

Presidente:
Ivo Mello

Vice-presidentes:
Ariovaldo Ceratti
Hilário Daniel Cassiano
Herbert Bartz
Leonardo Coda
Flávio Faedo
Luiz Carlos Roos
Renato Faedo

1º secretario:
Benami Bacaltchuk

2º secretário:
Willem Bouman

1º tesoureiro:
Manoel Henrique Pereira

2º tesoureiro:
Cláudio Macagnan

Diretor-executivo:
Eng. agr. Maury Sade

Produção:
Eng. agr. Bady Cury, assessor técnico da FEBRAPDP
Eng. agr. Lutécia Beatriz Canalli, Emater-PR/FEBRAPDP

Jornalista responsável:
Luciana Almeida
Mtb - 5347- PR

Diagramação:
Romilda Chicoski – roroka@bol.com.br

Impressão:
Kugler Artes Gráficas

Endereço:

Rua Sete de Setembro, 800 -  2º andar. Conj. 201,  centro
Ponta Grossa-PR
Tel/fax: (42) 223-9107
CEP: 84.010-350
e-mails : febrapdp@uol.com.br ; febrapdp@febrapdp.org.br
site :  www.febrapdp.org.br 

Plantio direto é condição para sustentabilidade

Simpósio aponta que benefícios ambientais do sistema estão comprovados, mas são pouco conhecidos

De 18 a 20 de maio foi realizado em Foz do Iguaçu o Simpósio sobre Plantio Direto e Meio Ambiente, numa promoção da Federação Brasileira de Plantio Direto na Palha (FEBRAPDP) e da Itaipu Binacional, com o apoio e participação de instituições de pesquisa, universidades e governos estadual e federal.
O simpósio teve o objetivo de subsidiar pesquisadores, profissionais e produtores com informações sobre seqüestro de carbono e qualidade da água via sistema plantio direto, propiciando maior conhecimento e conscientização, com o objetivo de favorecer a discussão de temas como mudanças climáticas relacionadas ao efeito estufa; aprofundar aspectos ambientais, econômicos e sociais ligados ao seqüestro de carbono e qualidade da água via plantio direto; e despertar o interesse de empresas e investidores no novo paradigma de negócios, que inclui o respeito ao meio ambiente e a melhoria da qualidade de vida.
O simpósio discutiu, ainda, as possibilidades de inclusão da tecnologia do plantio direto como atividade elegível para obtenção de créditos de carbono a partir de 2012, visto que essa atividade, apesar de comprovada sua eficiência no seqüestro de carbono, não foi prevista no Protocolo de Kyoto. O tema entrou na pauta do evento para sensibilizar os participantes na busca de informações e indicadores que certificam a atividade como elegível, de forma que possa beneficiar os produtores e conseqüentemente toda a sociedade.
“Dinâmica do carbono e implicações ambientais no aumento da concentração de CO2 atmosférico” foi tema do primeiro dia do simpósio; “Sistema plantio direto e o seqüestro de carbono: transformando riscos em oportunidades”, do segundo dia; e “Sistema plantio direto e a qualidade da água”, do terceiro, cada um com desdobramentos em vários outros assuntos específicos, apresentados por palestrantes das instituições promotoras e organizadoras do evento e de outras, inclusive de especialistas dos Estados Unidos.

Benefícios múltiplos
“Os benefícios agronômicos do plantio direto são bastante conhecidos e difundidos”, diz o material de divulgação do evento. “Essa é, talvez, a principal razão da rápida expansão desse manejo em substituição ao preparo convencional do solo para plantio.” Observam, porém, que “os benefícios ambientais decorrentes da adoção do sistema são pouco conhecidos e difundidos”.
Entre os principais benefícios do plantio direto, está a redução de emissões de gases do efeito estufa, do solo para a atmosfera, transferência do carbono da atmosfera para o solo, contribuindo para a diminuição dos impactos das mudanças climáticas globais. Estimativas realizadas por vários pesquisadores brasileiros evidenciam que os solos sob plantio direto em clima tropical e subtropical podem seqüestrar, em média, anualmente, de 0,5 a 0,6 toneladas de carbono por hectare.
“Dada a importância do assunto quanto a aspectos ambientais, econômicos e sociais, é fundamental que se aprofunde a discussão a respeito do seqüestro de carbono e qualidade da água via plantio direto, suas perspectivas e oportunidades”, defende a FEBRAPDP.
O plantio direto praticamente elimina, ou reduz drasticamente aquela que em geral é a mais devastadora causa da degradação do solo: a erosão. Com isso também protege rios e lagos contra o assoreamento e a eutrofização.
A melhoria da qualidade da água é, assim, importante resultado do plantio direto, pois protege mananciais e reservatórios hídricos, tanto os formados para consumo humano como para a produção de energia elétrica, aumentando a vida útil das hidrelétricas e reduzindo os custos de tratamento da água.

ITAIPU/FEBRAPDP
Dentro do Cultivando Água Boa, a Itaipu Binacional desenvolve projeto específico de manejo conservacionista de solo e água, em que é dada ênfase especial ao plantio direto.
Nesse sentido, em janeiro deste ano a Itaipu e a FEBRAPDP realizaram em Foz do Iguaçu a segunda reunião executiva para acertar detalhes de acordo de cooperação que visa à qualificação do sistema de plantio direto na palha na área de abrangência do reservatório da hidrelétrica, a BP III. Além de diretores e técnicos da Itaipu e da FEBRAPDP, participaram da reunião, técnicos e pesquisadores da Universidade Federal do Paraná, Universidade Federal de Santa Maria, RS, Universidade Estadual de Londrina, CENAS e Iapar (Instituto Agronômico do Paraná).
Desde junho, a meta é validar a metodologia de qualificação da prática de plantio direto e posteriormente o estabelecimento de um convênio entre as duas organizações visando à certificação do sistema em propriedades rurais.

Lançamento
Está no prelo e com previsão de lançamento, em breve, o livro “Plantio Direto com Qualidade”, produzido conjuntamente por técnicos da Itaipu e do Iapar. O livro, com 332 páginas e 13 capítulos, é resultado de cinco anos de pesquisas e experiências comprovadas na região do Reservatório de Itaipu Binacional.
São os seguintes os capítulos do livro: Manejo do solo em sistema plantio direto; Água como fator de produção; Organismos do solo e atividade microbiana no plantio Direto; Plantas de cobertura; Produção de sementes de plantas de cobertura; Máquinas para manejo de vegetações e semeadura em plantio direto; Integração lavoura e pecuária; Rotação de culturas; Manejo de plantas daninhas; Doenças das principais culturas no sistema plantio direto e seu manejo; Diminuição do aporte de sedimentos nos rios e lagos pelo sistema plantio direto; Operação de comunicação do plantio direto com qualidade; Difusão de técnicas para a melhoria da qualidade do plantio direto: impacto do projeto e bases referenciais para planejamento.

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