Boletim Informativo
FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE
PLANTIO DIRETO NA PALHA

Associada a CAAPAS-Confederación de Asociaciones Americanas para la Agricultura Sustentable
      Ano 5                                                          Número 18                                          Outubro/Dezembro de 2004

    OPINIÃO     

Plantio direto avança com qualidade

As primeiras experiências com o plantio direto no Brasil datam do início da década de 70. No entanto, a partir de meados da década de 90 é que tivemos as maiores taxas de adoção do sistema. Isto se explica fundamentalmente porque no início dos 90, os vários planos econômicos que buscavam soluções imediatistas para a nossa economia norteada por uma política inflacionária, combinados com cenários de mercado mundial, causaram descompassos nas várias cadeias de nosso agronegócio. Dentro da porteira, nosso agricultor, acuado por correção monetária e juros astronômicos, buscou formas mais econômicas de praticar agricultura. O plantio direto, com sua característica racional de infra-estrutura e conseqüente diminuição de gastos com combustíveis fósseis e maquinário, se apresentou como uma das formas mais econômicas de implantação dos cultivos. Associados a esta característica contribuíram para o grande avanço de área do sistema plantio direto na palha, outros predicados como a diminuição de insumos químicos e fertilizantes e o aumento da produtividade.
Com mais economia, passamos a produzir mais, de forma ambientalmente amigável. Não esqueçamos dos bilhões de toneladas de solo que economizamos ano após ano melhorando o sistema e diminuindo os custos de produção de setores como o hidrelétrico e a potabilização da água de centros urbanos. Os anos passam e a cada um deles novos desafios se apresentam. No início deste novo século estamos consolidando um nível médio de adoção do sistema, pouco mais de 50% da área de cultivo de grãos do Brasil. Foi bom até aqui, mas pode e deve ser muito melhor e por isto estamos investindo em programas que evidenciem e quantifiquem estes benefícios inerentes ao sistema plantio direto como forma, inclusive, de valorizar estas externalidades que beneficiam a sociedade como um todo. Nossa missão de desenvolver cada vez mais a agricultura conservacionista através do sistema plantio direto, está agregando o estabelecimento de conceitos de qualidade e excelência para podermos estimular, através de prêmios e/ou de pagamentos por serviços ambientais, a melhoria contínua da agricultura sustentável com base na manutenção de resíduos de culturas sobre a superfície do solo.
Você, associado e simpatizante do sistema, é nosso especial convidado para participar desta empreitada que a partir deste novo ano de 2005 agregará novidades, como por exemplo, o desenvolvimento de metodologias para quantificar, nas propriedades, o carbono retirado da atmosfera e armazenado no solo como matéria orgânica, visando uma possível valorização deste serviço que contribui para diminuir os gases do efeito estufa e o conseqüente aquecimento global.
Com os votos de que tenhamos excelentes colheitas neste novo ano que se aproxima, esperamos continuar contando com a parceria de todos para consolidar estes objetivos.
Engº. Agrº Ivo Mello
Presidente da FEBRAPDP

 ESTE EVENTO VOCÊ NÃO PODE PERDER

Febrapdp e Itaipu promovem Simpósio sobre Plantio Direto e Meio Ambiente


De 18 a 20 de maio de 2005 a Febrapdp e a Itaipu Binacional estarão realizando, no Rafain Palace Hotel, em Foz do Iguaçu-PR, um Simpósio sobre Plantio Direto e Meio Ambiente. O objetivo do evento é subsidiar pesquisadores, profissionais e produtores com informações sobre seqüestro de carbono e qualidade da água via sistema plantio direto. Com isso o simpósio pretende propiciar maior conhecimento e conscientização, permitindo, assim, o avanço da discussão sobre temas como mudanças climáticas relacionadas ao efeito estufa; os aspectos ambientais, econômicos e sociais ligados ao seqüestro de carbono e qualidade da água via plantio direto. Outro objetivo é despertar o interesse de empresas e investidores no novo paradigma de negócios, que inclui o respeito ao meio ambiente e a melhoria da qualidade de vida.
A direção da Federação lembra que os benefícios agronômicos da adoção do Plantio Direto são bastante conhecidos e difundidos. Essa é, talvez, a principal razão da rápida expansão da adoção desse manejo em substituição ao preparo convencional do solo para plantio. No entanto os benefícios ambientais decorrentes da adoção do Plantio Direto são pouco conhecidos e difundidos. Resultados preliminares de pesquisas efetuadas em solos sob clima temperado e tropical têm mostrado que há redução de emissões de gases do efeito estufa do solo para a atmosfera, quando se adota o Plantio Direto. A outra grande vantagem ambiental é que esse sistema transfere (seqüestra) carbono da atmosfera para a terra e por isso contribui para a mitigação dos impactos das mudanças climáticas globais. Estimativas realizadas por vários pesquisadores brasileiros evidenciam que os solos sob Plantio Direto em clima tropical e subtropical podem seqüestrar em média 0,5 a 0,6 toneladas de carbono por hectare ao ano.
A melhoria da qualidade da água tem sido, também, objetivo de pesquisas para se avaliar os efeitos benéficos da adoção do Plantio Direto. Resultados de pesquisa mostram os benefícios desse sistema na proteção de mananciais e grandes reservatórios hídricos, com conseqüente redução no custo da água tratada e aumento da vida útil de hidrelétricas.
Dada a importância do assunto, frente aos aspectos ambientais, econômicos e sociais que abrange, é fundamental que se aprofunde a discussão a respeito do seqüestro de carbono e qualidade da água via plantio direto, suas perspectivas e oportunidades. Com este propósito a Federação Brasileira de Plantio Direto na Palha e a Itaipu promovem o simpósio.
A realização envolve ainda a CENA/USP e Fundação Agrisus. O evento também tem o apoio da Caapas, Emater-PR, Embrapa, Fundação ABC, GPD, Iapar, Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, SEAB-PR, UEL, UEPG, UFPEL e UFSM. (veja programação na página 2)
 

 


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