3                                                     Boletim Informativo da Federação Brasileira de Plantio Direto na Palha

FEBRAPDP E ABMR&A reúnem-se em São Paulo

O Comitê de Plantio Direto da ABMR&A, anteriormente GPD - Grupo Plantio Direto, reuniu-se em agosto último, na sede da Dow AgroSciences. Estavam presentes os representantes da Federação Brasileira de Plantio Direto na Palha, Dow AgroSciênces, Bunge Fertilizantes, Revista A Granja, Destaque Consultoria, Bayer Cropscience e ABMR&A.
A reunião foi coordenada pelo Engº Agrº Maury Sade, da FEBRAPDP e durante a mesma, o presidente da Federação Ivo Mello comentou que a área atualmente sob o Sistema Plantio Direto no Brasil é de aproximadamente 21,5 milhões de hectares. Destacou a necessidade de maior conscientização sobre os benefícios que o Plantio Direto está trazendo para o país, não somente no segmento agrícola, mas também para a comunidade como um todo, em especial no aspecto ambiental e na sustentabilidade dos solos. Entre outros temas discutidos na oportunidade, foi enfatizado a importância do desenvolvimento de programas de marketing e divulgação dos trabalhos realizados para a revitalização do SPD no Basil.
Na foto, Grupo define novas metas durante a reunião realizada em São Pauto

 

Palhada ajuda no controle de fungos de solo que atacam o feijão

A cobertura morta na superfície do solo é o principal componente de sucesso do Sistema Plantio Direto (SPD) nos Cerrados. No entanto, em vista das altas temperaturas e umidade dos trópicos, sua decomposição geralmente é rápida.Os restos culturais produzidos pelas diversas lavouras anuais dificilmente atingem quantidade e longevidade suficientes para assegurar a proteção plena do solo e, por conseguinte, garantir a máxima eficiência do SPD. Estudos revelam que para uma cobertura morta ideal são necessárias cerca de 7 t ha-1 de resíduos. Considera-se ainda que, no que se refere à longevidade da palhada, as fontes originadas de espécies gramíneas são melhores que as das leguminosas.Dentre as gramíneas, as braquiárias se destacam, seja no que tange à quantidade de palhada produzida, seja devido a sua lenta degradação, o que proporciona proteção apropriada ao solo para, por exemplo, o cultivo do feijão na entressafra no Planalto Central.
Nesse sentido, a Embrapa Arroz e Feijão (Santo Antônio de Goiás/GO) vem realizando uma série de experimentos. A palhada de braquiária atua sobre as sementes das plantas invasoras, pois, além de causar impedimento físico à germinação, libera, durante sua decomposição, substâncias alelopáticas.Segundo pesquisas, nos sistemas com cultivo intensivo, as plantas daninhas são também fonte de inóculo primário das doenças do feijoeiro no período da entressafra. A maior parte dos problemas são causados por plantas de folhas largas, pois as gramíneas geralmente não são hospedeiras de doenças.Especificamente em relação à influência da braquiária sobre as doenças do feijoeiro, uma pesquisa, conduzida em condições controladas, demonstrou que em apenas uma safra a Brachiaria plantaginea foi capaz de reduzir o inóculo do patógeno Fusarium solani f.sp. phaseoli no solo. A diminuição foi da ordem de 60%.Posteriormente, resultados obtidos em experimentos de campo instalados em área de produtores, além de confirmarem a supressividade à Fusarium solani, indicaram que a braquiária poderia induzir supressividade também à Rhizoctonia solani.Quanto ao mofo-branco do feijoeiro, o uso de palhadas densas de braquiária apresenta-se como uma das principais ferramentas no controle. Essas palhadas se constituem barreira física para a germinação dos apotécios - estrutura do fungo originária dos escleródios - que, ao virem à superfície do solo, liberam os esporos que infestam a planta e dão início ao processo da doença.Nos estudos, as palhadas foram eficientes em permitir a redução do potencial de inóculo e, por conseguinte, em permitir a redução no número de pulverizações com fungicidas de duas/três vezes para uma única aplicação, com similar eficiência de controle.Por ter demonstrado boa resistência às intempéries climáticas e apresentado decomposição mais lenta, mesmo sob o efeito de aplicações nitrogenadas de cobertura via água de irrigação, a braquiária destacou-se como cobertura ideal. Ainda são poucas as pesquisas que envolvem as braquiárias como fonte de cobertura morta para o cultivo do feijoeiro no Sistema Plantio Direto, mas há evidências de redução de algumas doenças do solo e tendência de maiores rendimento de feijão. Atualmente, a maioria das áreas irrigadas por aspersão e que tradicionalmente são utilizadas para o cultivo do feijoeiro na entressafra apresenta problemas sanitários relacionados a fungos de solo, cujo controle tem elevado o custo de produção.Sendo assim, apesar desses estudos serem recentes, os efeitos positivos da rotação e da palhada da braquiária poderá reabilitar áreas produtoras de feijão e, ao mesmo tempo, reduzir o custo de produção desde o tratamento de sementes até na minimização do número de aplicações dos mais diversos defensivos utilizados na produção desta leguminosa. Autores: João Kluthcouski, Tarcísio Cobucci e Homero Aidar (Pesquisadores da Embrapa Arroz e Feijão); Jefferson Luís da Silva Costa (Pesquisador da Embrapa Tabuleiros Costeiros) e Caio Portela (Bolsista da Embrapa Arroz e Feijão).
Rodrigo Peixoto
Fonte: Embrapa Arroz e Feijão

APDC realiza cursos em plantio direto

A Associação de Plantio Direto no Cerrado – APDC realizou no mês passado dois cursos em plantio direto. Um deles foi o Curso de Embasamento Técnico em Sistema Plantio Direto, direcionado aos técnicos da Emater em Sete Lagoas – MG. O outro foi um Curso de Integração Lavoura-Pecuária em Sistema Plantio Direto, aberto ao público em geral, que aconteceu em Goiânia.

Em Sete Lagoas foram abordados temas como caracterização do SPD e análise econômica, manejo do solo e água, gestão e manejo de bacias, correção e fertilidade do solo, rotação de culturas e coberturas do solo, manejo integrado de plantas daninhas, pragas e doenças, pulverização e mecanização.

No Curso de Integração Lavoura-Pecuária em Sistema Plantio Direto foram tratados de aspectos como a integração lavoura-pecuária, com experiências, resultados e lições; adequação e manejo do solo para ingressar na integração lavoura-pecuária, evolução e resultados do sistema em rotação com algodão, soja e milho; culturas e suas características para esta integração, entre outros.


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