Ano 4 Número 17 Julho/Setembro de 2004 |
OPINIÃO
Que o Plantio Direto na Palha é a tecnologia
mais apropriada para o cultivo do solo dentro dos princípios da
sustentabilidade, não há dúvida alguma. Fazendo uso desta importante
ferramenta, o agricultor garante altas produtividades, enquanto respeita e
preserva os recursos naturais – solo, água e ar. Sendo ainda um sistema
socialmente justo, quando torna o trabalho menos penoso e remunera melhor a mão
de obra. Para explicarmos esta situação, é preciso dividir a agricultura em dois grandes segmentos: o da agricultura empresarial e o da agricultura familiar. No primeiro, o produtor tem acesso à informação, assistência técnica e possibilidade de adquirir o maquinário apropriado, através de recursos próprios ou acesso ao crédito, mas ainda não está suficientemente convencido dos benefícios, talvez por um comodismo, que o impede de ousar e acreditar nesta nova forma de fazer agricultura. Assim, muitos ainda permanecem no sistema convencional. Por sua vez temos o segmento dos pequenos agricultores, também chamado agricultura familiar, por pautar os serviços basicamente na mão de obra familiar. Aqui há carência de recursos e dificuldade de acesso ao crédito; falta informação, muitas vezes até escolaridade; e a assistência técnica, quando existente, é normalmente realizada pelo estado, mas é insuficiente para atender com qualidade a todos os produtores. Com exceção de alguns estados, os serviços de extensão rural são bastante precários em função da falta de recursos e da pouca importância dada a este setor pelos governos. Em alguns estados os serviços de extensão rural foram, inclusive, totalmente desmantelados. E aí fica a pergunta: - Se temos destaque internacional quando o assunto é plantio direto, inclusive somos pioneiros no plantio direto tração animal em nível de pequena propriedade; - Se a agricultura brasileira desponta como nunca em termos de produção (122 milhões de toneladas – safra 2002/2003) e com altas produtividades, e esse crescimento, não por acaso acompanhou o aumento na área sob SPD (22 milhões de hectares), abrangendo hoje 50% da área de grãos do país; Por que então não investimos mais neste caminho que já provou ser o certo? Por que o governo, em todas as suas instâncias, não concentra esforços no apoio e difusão do SPD, principalmente no contexto da pequena propriedade? Não basta existir pesquisa, bons resultados, se não houver vontade política para que o SPD seja realidade em todos os estados deste país e esteja ao alcance de todos os agricultores. Eng. agrônoma Lutécia Beatriz Canalli |
Febrapdp e Itaipu Binacional promoverão
Simpósio Internacional Com a finalidade de promover a
troca de experiências e o aperfeiçoamento técnico, a Federação Brasileira de
Plantio Direto na Palha e a Itaipu Binacional estarão realizando um Simpósio
Internacional sobre Plantio Direto e Meio Ambiente – Seqüestro de Carbono e
Qualidade da Água, o qual está agendado para maio/2005 em Foz do Iguaçu - PR. O
objetivo deste evento é subsidiar pesquisadores, profissionais e produtores, com
informações sobre seqüestro de carbono e qualidade da água via sistema plantio
direto, propiciando maior conhecimento e conscientização, permitindo assim, o
avanço da discussão relacionado com temas como: mudanças climáticas relacionadas
ao efeito estufa; os aspectos ambientais, econômicos e sociais ligados ao
seqüestro de carbono e qualidade da água via plantio direto e ainda, despertar o
interesse de empresas e investidores no novo paradigma de negócios, que inclui o
respeito ao meio ambiente e a melhoria da qualidade de vida.
Protocolo para qualificar o SPD é assinado entre FEBRAPDP e Itaipu
A Federação Brasileira de Plantio Direto na Palha (FEBRAPDP) e a Itaipu Binacional assinaram, no mês passado, um protocolo de intenções para o desenvolvimento em conjunto de atividades que qualificam o plantio direto. O objetivo é obter certificação de propriedades que utilizam o sistema plantio direto com qualidade. O projeto vai envolver municípios da Bacia do Paraná III, no Paraná, e Mundo Novo, no Mato Grosso do Sul. Todos eles são parte integrante dos projetos conservacionistas do uso e manejo dos solos e água previstos no programa "Cultivando água boa", desenvolvido pela Itaipu. O protocolo prevê o desenvolvimento de atividades como a difusão da tecnologia do sistema plantio direto desenvolvida para a região da Bacia do Paraná III; desenvolvimento de metodologia de avaliação sistema de plantio direto, com indicadores de utilização do solo com qualidade; criação do selo de qualidade de plantio direto; certificação de propriedades com plantio direto com qualidade e realização de eventos com a finalidade de discussão e motivação para a adoção do sistema plantio direto com qualidade. Participaram da cerimônia o diretor geral brasileiro da Itaipu, Jorge Miguel Samek, o diretor geral paraguaio, Victor Luís Bernal Garay, o presidente da Febrapdp, Ivo Mello e os diretores de coordenação Nelton Miguel Friedrich e Ramon Romero Roa.
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