6                                                  Boletim Informativo da Federação Brasileira de Plantio Direto na Palha
            PLANTIO DIRETO    

Federação define metas para este ano 

             Entidade máxima do sistema conservacionista de produção agrícola
                            realiza reunião anual na sua sede, em Ponta Grossa

 A Federação Brasileira de Plantio Direto na Palha (Febrapdp) realizou, em maio, em Ponta Grossa -PR, a sua reunião anual. O evento aconteceu na nova sede da entidade (veja box), instalada no edifício Executive Center, no centro da cidade. Participaram em torno de 20 representantes dos principais estados produtores do País, como Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Goiás. Na oportunidade foi feito um relatório das atividades do último ano e o planejamento de metas para o próximo período.
Entre os participantes estiveram presentes ícones do plantio direto na palha, como o agricultor Hebert Bartz, de Rolândia, no Norte do Estado, que foi o precursor da prática no Brasil, no início dos anos 70, e o ponta-grossense Manoel Henrique Pereira, o Nonô (considerado o pai do plantio direto), hoje uma das maiores autoridades mundiais no assunto. Estiveram reunidos ainda representantes do conselho deliberativo da Federação, do qual fazem parte empresas como a Embrapa, Cooplantio e Iapar.
       De acordo com o atual presidente da Febrapdp, o gaúcho Ivo Mello, uma das metas, a partir deste ano, é elaborar uma base de dados que permita conhecer de forma concreta qual é a evolução do plantio direto no País. Atualmente os dados indicam que algo em torno de 50% das lavouras de grãos são cultivadas dentro do sistema, mas é necessário ter números mais confiáveis, segundo ele. Deve ser realizado um trabalho neste sentido em convênio com outras entidades, como o IBGE.

Preservação
        Pelos dados atuais, acredita-se que 20 milhões de hectares de grãos são cultivados em plantio direto no Brasil. Segundo Ivo Mello, os números apresentam crescimento contínuo, a partir dos anos 80. A ampliação da área com o sistema conservacionista é praticamente igual ao incremento da produção nacional de grãos. “Se colocarmos os gráficos do sistema e da produção, um sobre o outro, vamos ver que são quase iguais”, comemora Ivo Mello. Com isso os produtores que defendem a prática acreditam que o plantio direto é o grande responsável pelo crescimento da produção nacional.
       Atualmente o Brasil tem a segunda maior área de plantio direto do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos (onde iniciou o sistema). “Mas acontece que lá é obrigatório o plantio direto para que o produtor consiga subsídio agrícola”, lembra Mello.

      Futuro
       O objetivo da Federação é manter um crescimento contínuo da prática nas lavouras do País. “O plantio direto é uma ferramenta adequada para atingir os anseios da sociedade organizada mundial, que quer soluções para as questões ambientais”, esclarece o presidente da Febrapdp.

Entidade tem sua sede em Ponta Grossa

 A Federação Brasileira de Plantio Direto na Palha (Febrapdp) ocupa desde maio instalações próprias. A entidade está ocupando uma área de 135 metros quadrados no edifício Executive Center, no centro de Ponta Grossa - PR. São quatro salas, mais uma sala de apoio, almoxarifado, recepção e espaço de reunião para até 18 pessoas.
Criada em 1992, sendo uma evolução natural do Clube da Minhoca (que antecedeu a entidade), a Federação foi sediada inicialmente na Fundação ABC, em Castro. Depois disso foi transferida para Ponta Grossa, onde ocupou um espaço na sede da Associação dos Engenheiros Agrônomos. Recentemente foi transferida para uma sala – alugada – no mesmo edifício onde ficará agora em definitivo. Atualmente conta com representantes nos principais estados produtores agrícolas do País.
Para o assessor técnico da Febrapdp, agrônomo Bady Cury, a nova sede representa um investimento que fixa a entidade no berço do plantio direto, que é a Região dos Campos Gerais. “Até hoje a Federação sempre esteve aqui na Região e pouca gente sabia disso”, destaca.
O presidente atual da Federação, produtor rural gaúcho Ivo Mello, lembra que a entidade já tinha determinado a compra de uma sede própria, que agora foi concretizada. Com relação à opção por Ponta Grossa, ele afirma que é o local ideal, pois é onde começou o movimento.  “Além disso, dá uma identidade, conforto, um local onde a diretoria pode ser recebida sem a necessidade de buscar algum espaço emprestado para as reuniões”, diz. Ele acredita que esta será uma base positiva para melhorar a divulgação dos trabalhos.

    PLANTIO DIRETO    

  P GPD busca agora a qualidade do sistema

     Após ultrapassar a marca de 20 milhões de hectares o sistema de plantio direto na palha do Brasil atinge outro patamar. A meta agora é trabalhar a sustentabilidade do sistema e, dentro disso, a melhora constante da qualidade. Representantes do Grupo Plantio Direto (GPD) estiveram reunidos, em junho, na sede da Federação Brasileira de Plantio Direto na Palha (Febrapdp), em Ponta Grossa-PR, para tratar do assunto. O grupo é formato pelas multinacionais Monsanto, Syngenta, Bunge/Manah, Dow AgroSciences, além da Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócios (ABMRA) e a própria Federação, da qual, aliás, as empresas são associadas.
     As reuniões do GPD normalmente ocorrem em São Paulo, mas desta vez optaram por Ponta Grossa para conhecer a nova sede da Febrapdp. Aliás, foi na última reunião do grupo que o assunto da sustentabilidade veio à tona. Agora eles começaram a desenhar as formas de executar propostas neste sentido. O gerente de marketing e comunicação da Bunge, Michel Henrique dos Santos, explica que o plantio direto atinge um novo status hoje e o que se deve buscar, então, é um trabalho sustentável, que envolva a todos os parceiros, incluindo empresas, produtores e técnicos. Dentro disso a qualidade do plantio direto feito no País ganha destaque. “Estamos imaginando formas, levantando gargalos e parcerias para melhorar cada vez mais o sistema”, explica. Ele lembra que a preocupação não é mais quantitativa, mas que tipo de plantio direto o País pode fazer.

Equívocos
     O gerente de produto da Monsanto, Rodrigo Gutierrez, diz que o plantio direto representa hoje uma enormidade de benefícios para a agricultura e o meio-ambiente. Só que muitos produtores ainda adotam a prática de forma errada. Um detalhe importante, conforme explicou, é a necessidade de fazer rotação de culturas a cada dois anos, pelo menos. Só que, até pelos ganhos financeiros da soja, vários agricultores têm plantado, até sete safras contínuas com esta lavoura. Isso gera perdas significativas de qualidade, principalmente porque permite a sobrevivência de pragas hospedeiras. Com a rotação aumenta a eliminação de pragas. Outro detalhe importante, que o gerente lembra, é que os produtores não podem confundir as lavouras de inverno com rotação. “Não adianta porque são pragas de safras diferentes (inverno e verão)”, destaca.
Outro detalhe importante é a própria formação de palhada. O milho, por exemplo, oferece mais palha e de melhor qualidade, por isso tem uma função importante dentro do processo. Ele lembra também que há regiões, como no Norte do Paraná e nas Missões (Rio Grande do Sul) em que muitos produtores costumam gradear a terra no inverno. Com isso acabam causando perdas de material orgânico, que é outro elemento importante dentro das vantagens do plantio direto. Agricultores que plantam aveia no inverno, inclusive em Ponta Grossa, muitas vezes também utilizam grade leve. Nos dois casos Gutierrez lembra que são ações equivocadas. Estes são alguns detalhes que devem ser trabalhados para melhorar a qualidade do plantio direto feito no País. “Temos hoje um dos melhores plantios diretos do mundo, mas podemos melhorar ainda mais”, ressalta.

 Ações
      O GPD, juntamente com a Febrapdp, pretende realizar ações que busquem a disseminação das formas corretas de se trabalhar com o plantio direto. Uma delas deve ser o treinamento da equipe técnica das empresas do grupo. Agrônomos de cooperativas e empresas de extensão também serão envolvidos. Além disso, devem ser realizados eventos e outras técnicas para a busca da qualidade. De qualquer forma ainda será formatado um modelo de trabalho a ser implantado.


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