Lavoura e pecuária:
hora de integrar
Retorno garantido com alto ou baixo investimento
Um dos grandes avanços tecnológicos que o Plantio Direto permitiu ou
popularizou foi a integração entre a lavoura e pecuária. Essa integração
consiste na exploração conjunta de pecuária e agricultura, numa mesma
propriedade e ao mesmo tempo. O objetivo disso é a potencializando das
duas atividades, fazendo com que uma gere benefícios para a outra,
garantindo um resultado final melhor para o produtor.
Existem diferentes formas de fazer esta exploração, e a clássica situação
de usar o plantio de grãos para melhorar a fertilidade e,
conseqüentemente, a produtividade de pastos degradados é uma delas. Essa
produtividade é responsável, segundo algumas fontes, por mais de um milhão
de hectares de soja na última safra. Outra maneira é aproveitar a pecuária
para dar uso produtivo ao período em que um pivô central ficaria em
repouso, aguardando por um novo plantio.
A análise dos dois casos a seguir mostra que em ambas as situações, com
alto ou baixo investimento, o retorno é excelente.
Caso 1 – Baixo Investimento – Faz.Louisiana, Sr.Luiz Carlos Borges
Ribeiro Uberaba, MG
Essa propriedade é dedicada à pecuária e cumpriu o ciclo normal: abertura,
exploração extensiva, com produtividades boas que decresceram com o tempo.
Através da Bolsa de Arrendamentos e Parcerias, o proprietário conseguiu um
arrendatário que passou a explorá-la com o plantio de soja no verão,
mantendo-a em pousio no período seco. Ao fim da safra de 2003/2004, este
pousio foi substituído pelo cultivo do milheto BN-2, semeado à lanço e
incorporado, com grade, em meio a rebrotes de braquiaria ruziziensis, que
graças às chuvas tardias acabou produzindo uma razoável massa, usada como
pasto para uma boiada entre junho e outubro de 2004. Essa substituição
gerou um rendimento financeiro de 8% ao mês. Beneficia-se o arrendatário,
pela melhor qualidade do Plantio Direto, e pela redução de custos para a
soja, e o pecuarista, pela oportunidade de ganho em período, que seria de
perda de peso para seu gado. A região também ganha, por otimizar a
utilização de fatores de produção já amortizados.
Área: 127 hectares
Numero de Cabeças: 100
Lotação: 0,79 cab/hectare
Período: 150 dias
Ganho de peso: 600 g/cab/dia
Ganho Total: 3 @ /cab no período (90 kgPV)
Ganho por área: 2,37 @ /hectare
Renda por área: R$142,20 por hectare, considerando-se a arroba a R$60,00.
Investimento: semente de milheto, incorporação, sal e o gado.
Caso 2 – Alto Investimento – Faz.Dom Bosco, Dr.Sebastião Conrado Unaí,
MG
Essa propriedade foi aberta nos anos 70, para plantio de grãos,
passando à pecuária no início da década de 90. O retorno ao plantio de
lavouras se deu no fim dos anos 90, pela necessidade de recuperação das
pastagens, já em degradação, culminando com a instalação da irrigação via
pivot central. A IAP é praticada de diversas maneiras nesta propriedade,
mas a que mais chama a atenção é uma área irrigada, onde se explora a
rotação entre as culturas de milho e feijão. Na cultura do milho, é
implantada a braquiaria ruziziensis, sendo que, logo após a colheita, a
massa de braquiaria permite o pastejo de altas lotações de gado durante um
período curto, rebaixando-a bastante de forma a permitir uma dessecação e
o plantio do feijão numa cobertura morta excelente. Todas as atividades se
beneficiam : o milho pela rotação com o feijão e o pasto, produzindo muito
bem, o feijão pela palhada, que reduz o inóculo de doenças e a pressão de
plantas daninhas, o gado, pela forragem abundante e de alta qualidade, num
momento estratégico. Já a propriedade se beneficia pelo PD de alto nível
que consegue obter, com rentabilidade e sustentabilidade.
Área: 75 hectares
Numero de Cabeças: 1100
Lotação: 14,66 cab/hectare.
Período: 60 dias.
Ganho de Peso: 600 g/cab/dia.
Ganho Total: 1,2 @ /cab no período (36 kgPV)
Ganho por área: 17,59 @ /hectare.
Renda por área: R$1.055,40 por hectare, com a arroba a R$60,00.
Investimento: semente de ruziziensis e gado.
A partir destes resultados, os números obtidos chegam a ser incômodos:
mais de 20 mil cabeças de gado poderiam ser engordadas se apenas 30% das
áreas cultivadas com soja adotassem este sistema na região de Uberaba.
Maiores informações: Marcio Scaléa - Eng. Agrônomo - Telefone:
34-3315-0899 ou 34-9992-2986
Diretores da Federação visitam Ministério da
Agricultura
Os
diretores da Federação - Ivo Mello, Manoel Henrique Pereira e Maury Sade -
estiveram pela segunda vez em Brasília, em janeiro deste ano. Na ocasião
(foto), eles estiveram em audiência com o Secretário Marcio Portocarrero,
do SARC, e discutiram possíveis parcerias, entregando, ainda, um convite
para a abertura do Simpósio sobre Plantio Direto e Meio Ambiente.
Na primeira visita, que aconteceu no início de janeiro deste ano, os
diretores acompanharam a posse dos novos secretários do MAPA : Gabriel
Maciel da SDA e Marcio Antônio Portocarrero, da SARC. Na oportunidade,
também trocaram informações sobre ações da Federação e sobre a formação de
uma Câmara Setorial/Temática sobre Plantio Direto, no MAPA.
Na foto, Manoel Henrique Pereira, Marcio Portocarrero, Ivo Mello, Maury
Sade